quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A MORTE DE ROMEU !

-William Shakespeare é um cara inteligente, na sua obra mais célebre :"Romeu e Julieta", a mais famosa estória de amor de todos os tempos, no final do enredo Romeu, desavisado, suicida-se quando pensa que a amada está morta(mas na verdade era apenas uma simulação da parte dela para fugir com seu amado), em seguida Julieta ao acordar do seu transe de entorpecimento, percebe que Romeu faleceu e resolve trilhar seu caminho, já que a vida seria insuportável sem seu consorte.

- Todos os leitores ou espectadores, que conhecem essa magnífica estória, não deixam de sentir uma certa frustração. Fica aquela indagação: "Por quê não poderiam ser felizes juntos?" "Por quê não um final feliz?" Ai é que está a sagacidade de Shakespeare, a única forma de eternizar o romance seria com a morte de seus protagonistas.

- Imaginem! Se os dois conseguissem mesmo casar ou fugir ? Encontrariam muitos obstáculos que iriam desgastar o relacionamento do jovem casal. Romeu teria que arrumar emprego, coitado do garoto, ele nunca trabalhou na vida. Dado aos precários métodos anticonceptivos da época, logo Julieta certamente ficaria grávida. Provavelmente Romeu teria que voltar para casa com a mulher grávida. Ouviria horrores da família por ter resolvido misturar seu sangue com o sangue dos inimigos. Encheriam o saco da pobre julieta, que por sua vez ficaria eternamente privada de visitar sua familia.

- Houve um grande ascrécimo no número de divórcios no Brasil, segundo o IBGE, houve um aumento de cerca 50 por cento. Nietzsche tem razão, amamos desejar mais do que o objeto desejado. Adoramos o poder da conquista e da sedução. Para Nietzsche o ser humano é viciado pela sensação de poder. Depois que o romantismo acaba, achamos que não precisamos conquistar mais, ou pensamos que o preço pago para seduzir foi caro demais, ou simplesmente agimos como crianças que cansamos do nosso brinquedo e queremos um novo. Estou com Shakespeare, foi melhor matar os dois amantes e idealizar o amor, do que fazê-los passar por essa triste rotina. Nós seres humanos temos o péssimo hábito de destruir coisas belas. Ainda não estamos preparados para dedicar em dividir tempo e responsabilidades com outras pessoas, a paciência do homem moderno anda cada vez mais curta, o amor efêmero e descartável.

Um comentário:

Sara disse...

o amor tende a ser imperfeito, porque é sentido por seres imperfeitos, o amor, não tem explicação, filosofica, religiosa, não interessa, é explicável nesse ponto só porque é o idealizado, o perfeito, no mundo das idéias somente, o platônico, caindo pra realidade, nada se explica, tudo se sente apenas...