- Fernando Henrique Cardoso defendeu a descriminalização da maconha no encontro da Comissão Latino Americana sobre drogas e democracia. Argumenta que a repressão da polícia judiciária não têm apresentado resultados contra o crime organizado e nem diminuído o consumo. Ao contrário há um aumento de usuários, sobretudo de maconha. Defende a descriminalização do usuário e que passemos a cuidar do problema como um assunto de saúde pública e educação. A declaração foi um grande passo para discussão de nova políticas públicas para o combate do uso de drogas. A partir daí, políticos, ministros, autoridades, juristas debatem a questão.
- Historicamente a proibição do uso de entorpecentes é ineficaz, basta lembrar a lei seca americana, que proibiu a bebida durante a Grande Depressão de 1929. Não só os americanos não pararam de beber, como o contrabando de bebidas produziu um dos mais famosos gangsteres da história. Alphonsus Gabriel Capone (Brooklyn, Nova Iorque, 17 de janeiro de 1899 — Palm Beach, 25 de janeiro de 1947), mais conhecido como Al Capone.
- Tudo é muito evidente, quanto maior a repressão cada vez ocorrerão mais apreensões, havendo menos mercadoria disponível no mercado o preço vai às alturas. O aumento do preço estimula mais pessoas a traficar, que apesar dos riscos há um lucro maior. Com mais dinheiro o traficante pode comprar armas, subornar policiais e autoridades. Isso chama economia de mercado, ou seja, capitalismo mais precisamente. Está para nascer sistema econômico mais resistente que esse, pois ele renasce de suas crises.
- A guerra contra o tráfico não é uma guerra para ser vencida, é um ciclo que se renova a cada dia. Se o uso de drogas fosse legalizado, certamente será o golpe financeiro mais intenso e eficaz contra o crime organizado. Duvido que alguém arriscaria comprar droga de bandido, se a pessoa pudesse ter seu seu cultivo de maconha em casa, ou se pudesse comprar drogas num ponto de venda autorizado. Esse discurso que o usuário alimenta o crime organizado é falso. Quem alimenta o crime organizado é o estado com sua política de proibição e repressão.
- Infelizmente, setores conservadores da sociedade que não aceitam sequer discutir uma mudança na política anti-drogas. Sustentam que se discriminalizado ou legalizado o consumo aumentaria a níveis alarmantes, sobretudo entre os jovens. Outros, acredito eu, lucram bastante com a proibição, como policiais corruptos que recebem o suborno, parlamentares lobistas do crime organizado, magistrados. Basta lembrar os fatos citados no passado na pretérita CPI do narco-tráfico. Ora, as drogas e as armas do Comando Vermelho não são produzidos na favela, é óbvio que chegam lá com a conivência de setores do poder público.
- A solução do problema não é simples, deve haver um investimento maciço em informação e educação. As pessoas têm o direito de saber tudo sobre as drogas, as substâncias das quais são compostas, quais são as sensações do uso e os problemas de saúde que causam. Quanto ao argumento de aumento de usuários, caso haja um abrandamento na política de enfrentamento ou possível legalização, tenho que discordar. O cigarro é uma droga legalizada, certo? O consumo de cigarro teve um alto índice de redução nas últimas décadas. Por quê? Simples, os governos resolveram investir na educação e informação sobre os malefícios e doenças provocadas pelo cigarro. O gasto em repressão quem paga é o contribuinte, e essa repressão não têm obtido resultados. O preço que a sociedade paga é muito caro. Esse dinheiro poderia ser investido em escolas, hospitais e estradas. Outro mito é da dicotomia entre traficante e viciado. O traficante é sempre visto como um bandido com uma metralhadora na mão e o usuário um jovem ingênuo. Isso nem sempre é verdade, muitos adolescentes e jovens de classe média tornam-se traficantes para manterem o vício. Se o estado anda preocupado com o futuro da juventude, por quê, então, jogá-la na cadeia ? Como sabemos, não existe lugar mais seguro para consumir droga que uma cadeia brasileira. Além do mais o sistema carcerário brasileiro mais destrói do que recupera as pessoas.
- Desde os primórdios a humanidade tem contato com alucinógenos, psicotrópicos e estimulantes. Nas civilizações antigas as drogas serviam como instrumentos que possibilitavam encontrar suas divindades e lhes proporcionava autoconhecimento. O objetivo era a busca da evolução espiritual. Nesta jornada existia a figura do Xamã, líder espiritual que guiava as pessoas na jornada para o eu interior, era ele quem estabelecia os limites e orientava o uso dessas substâncias. O ser humano têm necessidade de fugir da realidade por meio de drogas , à vezes, essa fuga é normal e necessária, essa tradição nos acompanha por milênios. Acontece que o sentido espiritual desta jornada se perdeu nas sociedades ocidentais. A fuga constante ao contrário da esporádica é prejudicial, proporciona uma falsa sensação de felicidade e uma certa apatia em relação a vida, sem contar os incontáveis problemas de sáude.
- O ser humano nunca vai parar de se drogar, a proibição impede uma velha tradição antropologicamente falando, o surgimento de "xamãs", ou de pessoas que orientem e advirtam sobre o uso de certas substâncias. É preciso acabar com a hipocrisia de que é possível acabar com o uso das drogas entre nós. Basta visitar um bar, uma farmácia ou até mesmo um supermercado, que você verá quantos alucinógenos, psicotrópicos e estimulantes estão disponíveis legalmente no mercado. O possível é criar uma política de prevenção e educação, aí sim podemos reduzir o número de viciados, conscientizar as pessoas das vantagens de não se usar drogas e para aqueles que preferem fazer uso dessas substâncias, dar instrumentos para ajudá-los a entender os seus limites, os danos a sua saúde e fazê-los diminuírem ou até mesmo parar. Isso sem apontar uma arma na sua cabeça e colocar um par de algema em seus punhos.
- Infelizmente, setores conservadores da sociedade que não aceitam sequer discutir uma mudança na política anti-drogas. Sustentam que se discriminalizado ou legalizado o consumo aumentaria a níveis alarmantes, sobretudo entre os jovens. Outros, acredito eu, lucram bastante com a proibição, como policiais corruptos que recebem o suborno, parlamentares lobistas do crime organizado, magistrados. Basta lembrar os fatos citados no passado na pretérita CPI do narco-tráfico. Ora, as drogas e as armas do Comando Vermelho não são produzidos na favela, é óbvio que chegam lá com a conivência de setores do poder público.
- A solução do problema não é simples, deve haver um investimento maciço em informação e educação. As pessoas têm o direito de saber tudo sobre as drogas, as substâncias das quais são compostas, quais são as sensações do uso e os problemas de saúde que causam. Quanto ao argumento de aumento de usuários, caso haja um abrandamento na política de enfrentamento ou possível legalização, tenho que discordar. O cigarro é uma droga legalizada, certo? O consumo de cigarro teve um alto índice de redução nas últimas décadas. Por quê? Simples, os governos resolveram investir na educação e informação sobre os malefícios e doenças provocadas pelo cigarro. O gasto em repressão quem paga é o contribuinte, e essa repressão não têm obtido resultados. O preço que a sociedade paga é muito caro. Esse dinheiro poderia ser investido em escolas, hospitais e estradas. Outro mito é da dicotomia entre traficante e viciado. O traficante é sempre visto como um bandido com uma metralhadora na mão e o usuário um jovem ingênuo. Isso nem sempre é verdade, muitos adolescentes e jovens de classe média tornam-se traficantes para manterem o vício. Se o estado anda preocupado com o futuro da juventude, por quê, então, jogá-la na cadeia ? Como sabemos, não existe lugar mais seguro para consumir droga que uma cadeia brasileira. Além do mais o sistema carcerário brasileiro mais destrói do que recupera as pessoas.
- Desde os primórdios a humanidade tem contato com alucinógenos, psicotrópicos e estimulantes. Nas civilizações antigas as drogas serviam como instrumentos que possibilitavam encontrar suas divindades e lhes proporcionava autoconhecimento. O objetivo era a busca da evolução espiritual. Nesta jornada existia a figura do Xamã, líder espiritual que guiava as pessoas na jornada para o eu interior, era ele quem estabelecia os limites e orientava o uso dessas substâncias. O ser humano têm necessidade de fugir da realidade por meio de drogas , à vezes, essa fuga é normal e necessária, essa tradição nos acompanha por milênios. Acontece que o sentido espiritual desta jornada se perdeu nas sociedades ocidentais. A fuga constante ao contrário da esporádica é prejudicial, proporciona uma falsa sensação de felicidade e uma certa apatia em relação a vida, sem contar os incontáveis problemas de sáude.
- O ser humano nunca vai parar de se drogar, a proibição impede uma velha tradição antropologicamente falando, o surgimento de "xamãs", ou de pessoas que orientem e advirtam sobre o uso de certas substâncias. É preciso acabar com a hipocrisia de que é possível acabar com o uso das drogas entre nós. Basta visitar um bar, uma farmácia ou até mesmo um supermercado, que você verá quantos alucinógenos, psicotrópicos e estimulantes estão disponíveis legalmente no mercado. O possível é criar uma política de prevenção e educação, aí sim podemos reduzir o número de viciados, conscientizar as pessoas das vantagens de não se usar drogas e para aqueles que preferem fazer uso dessas substâncias, dar instrumentos para ajudá-los a entender os seus limites, os danos a sua saúde e fazê-los diminuírem ou até mesmo parar. Isso sem apontar uma arma na sua cabeça e colocar um par de algema em seus punhos.
Um comentário:
Que show de crítica seu texto, adorei!! O sistema penitenciário brasileiro tá falido já faz uns anos, não precisava amenizar... :D
Sobre a fuga por meio de alucinógenos, é interessane ler "As portas da percepção" Aldous Huxley, ela fala claramente sobre essa necessidade humana...
Parabéns Gustavo, muito inteligente, lógica e razoável essa forma de pensar a respeito de drogas!! Resta torcer pra que a maioria da sociedade assimile logo essa lógica.
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