sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Olimpíadas da Burrice

O Ministro dos Esportes, Orlando Gomes, justificou o baixo número de medalhas nas olimpíadas da delegação brasileira com os seguintes dizeres: “não é critério de avaliação de desempenho sócio-econômico o número de medalhas em uma olimpíada, e se fosse por isso a Dinamarca ou a Suécia deveriam ter mais medalhas do que a Jamaica. Tudo isso é uma questão de escolha e de projeto de governo.”

Concordo com a afirmação, acredito ser uma questão de prioridade de governo e é nesse raciocínio que um país que deseja sediar os jogos Olímpicos deve, pelo menos. ter uma estrutura razoável a oferecer aos seus atletas, para que caso nos tornemos ocasionalmente a sede dos jogos, não passemos tanta vergonha.

Além do mais, duvido muito que se a Suécia ou a Dinamarca resolvessem sediar os jogos encontrariam maiores dificuldades. Por falar em dificuldades, o comitê Olímpico Internacional reprovou os aeroportos brasileiros, recebemos a pior nota dentre os candidatos. O ministro Jobim amenizou a situação dizendo que irá privatizar a administração dos aeroportos. Grande ironia, não acham? O governo que venceu as últimas eleições criticando as privatizações de FHC agora quer privatizar. Não entendo a burrice do ser humano e a dos nacionalistas tupiniquins que defendem a estatização. Não há nenhum registro na história de uma estatal que não rendesse mais depois de privatizada e não oferecesse melhores serviços a população do que a antiga estatal. No entanto, o Brasil e outros países latino americanos debatem a questão desde os anos 80. Mas não perguntem a mim, procurem um economista qualquer, para constatar se o que digo é mentira. Mas isso é discussão para outro momento.

O que quero dizer é que não adianta nada sediar os jogos senão existir um programa permanente de apoio a nossos atletas, e mais devemos fazer nosso dever de casa antes de nos inscrever como candidatos a sede dos jogos, pois o que mais escuto é que vão despoluir a baía de Guanabara, que vão melhorar os aeroportos, cuidar do problema da violência e do trânsito se conseguirmos sediar os jogos. Promessas vindas do Brasil nunca foram bem vistas, nem mesmo por nós brasileiros. Então por que não fazem isso agora, talvez isso melhore nossas chances e a vida do cidadão.

Sei que vocês me acham um grande pessimista e neoliberal, mas eu passei uns três meses ouvindo o presidente dizer: “Que nunca na história desse país se investiu tanto em uma delegação olímpica.” Provavelmente se tivéssemos ultrapassados a marca de 1996 de seis medalhas de ouro estaríamos ouvindo a mesma ladainha. Cansei de tanta mentira, mas o brasileiro anda hipnotizado num transe orquestrado pela besta barbuda populista. Qualquer das conquistas anunciadas pela equipe econômica não são suficientemente estáveis e duradouras, isso por que não nos ocupamos do principal, o “dever de casa”, investir em educação e resolver os gargalos, definitivamente, da infra-estrutura, ao contrário do que diz o presidente, existiram outros momentos de prosperidade, já até chegamos ser a oitava economia do planeta, e depois caímos no mesmo velho buraco. Acorda Brasil, está na hora de pensar um pouco.

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